sexta-feira, 12 de outubro de 2012

To Virgínia:

Virgínia,
há dias penso em te escrever, pra contar como tem sido os dias aqui, do outro lado do oceano.
Tenho me sentido perdida, as vezes me sinto velha, as vezes jovem demais, com os meus vinte e poucos anos. Luto pela sobrevivencia alheia esperando de sucumbir... e na verdade eu nem quero ir, ainda não fiz nada. Ainda não fizemos nada, certo?
Eu sei que não deveria falar sobre o que não fizemos porque isso só piora as coisas, pra mim e, acredito, pra você também. Mesmo que você ainda tenha a fumaça dos cigarros e outras drogas leves... acho que você poderia levar a vida mais tranquilamente, e eu também.
Tenho me sentido cansada, como nunca me senti, com os meus vinte e poucos anos... tentando acreditar que as coisas podem melhorar, mesmo não tendo nenhuma perspectiva, mesmo não fazendo nada pra isso... simplesmente por estar c-a-n-s-a-d-a. Luto pra não chorar pelo que não foi e pelo que poderia, lembro sem querer das noites de mente vazia de pensamentos e cheias de fumaça, olhando o mundo através de lentes lilases e tendo o futuro davanti agli occhi.
Tenho sentido saudades de quem eu não fui e não vou ser, com meus vinte e poucos anos...
tenho saudades de você, tenho saudades do futuro, das oportunidades, dos desejos, da musica e da poesia, do vinho amargo bebido dos teus lábios...

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